Boulos anuncia luta pelo fim da escala 6x1 e precarização em apps
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Guilherme Boulos (PSOL-SP), recém-anunciado ministro da Secretaria-Geral da Presidência, definiu como uma de suas principais metas a eliminação da escala de trabalho 6x1 e a criação de uma legislação específica para trabalhadores de aplicativo. Em sua primeira declaração após a nomeação, o sucessor de Márcio Macedo destacou que essas bandeiras serão centrais em sua gestão, alinhadas com a agenda social do governo Lula.
Boulos afirmou que, a pedido do presidente, percorrerá todos os estados do país para divulgar as propostas e programas federais. Entre os projetos citados está a isenção do Imposto de Renda para quem recebe até cinco mil reais, além das mudanças na legislação trabalhista.
No caso dos trabalhadores por aplicativo, o ministro defende a garantia de remuneração mais justa, uma vez que as plataformas retêm parte significativa do valor dos serviços. Ele também mencionou a necessidade de assegurar direitos previdenciários e de transparência no uso de algoritmos pelas empresas. De acordo com Boulos, é fundamental que os critérios utilizados para a distribuição de serviços sejam claros e acessíveis, já que atualmente os profissionais são dirigidos por sistemas opacos controlados pelas empresas.
Sobre a escala 6x1, comum em setores como comércio e serviços, Boulos classificou o regime como indecente, por privar milhões de trabalhadores com carteira assinada de tempo para conviver com a família, estudar ou descansar. O fortalecimento da campanha pelo fim desse modelo foi apontado como uma prioridade de sua pasta.
Quanto à possibilidade de concorrer à reeleição como deputado federal em 2026, Boulos esclareceu que, caso decida pela candidatura, precisará se desincompatibilizar do cargo em abril do ano que vem. Ele ponderou, no entanto, que o curto prazo pode inviabilizar a conclusão de um trabalho ministerial consistente. O assunto, segundo ele, ainda será discutido com o presidente Lula em 2026.
A nomeação de Boulos, publicada no Diário Oficial da União, representa a 13ª alteração ministerial no governo Lula desde o início do mandato. A Secretaria-Geral é considerada estratégica para a relação do Executivo com movimentos sociais e sindicais.
