Com a participação do presidente Lula (PT) e, ainda, de representantes dos Poderes Legislativo e Judiciário, os movimentos sociais convocam “Ato em Defesa da Democracia”, pela passagem dos 2 anos em que as sedes dos Três Poderes foram atacadas e vandalizadas por seguidores e apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). No jornal Hora do Povo

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Salão Verde da Câmara: maquete do Congresso quebrada e escultura do anjo vandalizada, mas não danificada | Fotos: Clauder Diniz/Câmara dos Deputados

Os ataques fizeram parte de trama, que envolveu tentativa de golpe de Estado, com propósito de destruir o Estado de Direito e a democracia, a fim de manter na Presidência o então candidato derrotado por Lula.

Há 2 anos, horda de fascistas partiram em marcha do QGEx (Quartel-General do Exército), em Brasília, onde acamparam por meses, até a Esplanada dos Ministérios e a Praça dos Três Poderes, que reúne as sedes do Executivo (Palácio do Planalto), Legislativo (Congresso Nacional) e Judiciário (Supremo Tribunal Federal), a fim invadi-los e atacá-las.

O objetivo daquele movimento era provocar convulsão política e social, com propósito de desestabilizar o governo recém eleito para que decretasse e convocasse GLO (Garantia da Lei e da Ordem), de modo a facilitar o que os golpistas desejavam — intervenção das Forças Armadas — e a partir daí desencadear golpe de Estado.

Havia plano para essa trama, que foi recentemente descoberta por meio de investigação da PF (Polícia Federal), que produziu denso e profundo inquérito, que envolve o ex-presidente, assessores mais próximos de Bolsonaro e militares de alta patente das Forças Armadas, em particular do Exército.

Abraço à Praça dos Três Poderes
A convocação do ato, “Em Defesa da Democracia” e, ainda, por “Justiça” e “Soberania” vai ocorrer, na próxima quarta-feira (8), na Praça dos Três Poderes, a partir das 11h.

“Venha abraçar a Democracia, junto com Lula! Participe do ato suprapartidário com representantes dos Três Poderes, de entidades da sociedade civil, de classes e religiosas pelos dois anos das tentativas de golpe de Estado e de destruição das sedes dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, promovidas por bolsonaristas em 8 de janeiro de 2023. Participe e traga a sua família”, está escrito no convite à sociedade.

Passagem de 1 ano
O ato, em 2024, foi realizado nas dependências do Congresso, com a participação de representantes das 2 Casas legislativas — Câmara e Senado — e também no STF, com a presença de ministros e governadores de Estado.

Nesse sentido, naquela ocasião, 1 ano depois dos atos antidemocráticos, dia 8 de janeiro de 2024, foi marcada, na capital federal, por 2 eventos: a abertura de exposição alusiva à data, no STF; e o ato “Democracia Inabalada”, no Senado Federal.

Punição aos golpistas
Com a tentativa frustrada de golpe, o STF, PGR (Procuradoria-Geral da República) e PF deflagaram, a 1º Fase, em 20 de janeiro de 2023, da Operação Lesa Pátria, que cumpriu 8 mandados de prisão preventiva e 16 de busca e apreensão, expedidos pelo Supremo, em São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso do Sul e Distrito Federal.

A operação, que não tem data de encerramento, parou na 26ª fase, que mirou os financiadores e pessoas consideradas “vândalos” pelos ataques aos Poderes.

Foi realizada dia 16 de abril de 2024. Mandados de busca e apreensão foram cumpridos em 8 estados, e estima-se que os valores dos danos causados ao patrimônio público possam chegar a R$ 40 milhões.

Condenados pelos ataques
Até o início de dezembro de 2024, 310 bolsonaristas foram condenados pelo STF por participar dos ataques de 8 de janeiro de 2023, quando as sedes dos Três Poderes foram invadidas e depredadas.

Deles, 229 foram considerados culpados por executar os ataques e participar da destruição. Outras 81 pessoas foram condenadas por incitação aos atos.

Os dados são de 3 de dezembro e foram divulgados em balanço do MPF (Ministério Público Federal).

Segundo o levantamento, 500 pessoas decidiram fechar acordo com a PGR, em que admitiram os crimes, pagando multa e fazendo curso sobre democracia para se livrar do julgamento.

Até o momento, 4 pessoas foram absolvidas. Três delas são pessoas em situação de rua que acabaram presas no contexto dos atos.

Grupos
Os suspeitos de ter relação com os atos de 8 de janeiro foram divididos em 4 grupos, por tipo de envolvimento: executores da invasão e depredação;
incitadores; financiadores; e autoridades.

Até o momento, só os suspeitos dos 2 primeiros grupos tiveram as condutas julgadas pelo Supremo.

Crimes e penas
O grupo dos condenados pela execução dos atos pegou penas de até 17 anos de prisão.

Nestes casos, os réus são considerados culpados pelos crimes mais graves: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito, associação criminosa, dano qualificado e deterioração do patrimônio.

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