Em Laigueglia, comuna italiana da região da Ligúria, nasceu em 1798 Giovanni Battista Libero Badaró, médico, jornalista e político que aportou no Brasil em 1826.

Vilson Romero*

vilson antonio romero artigoRadicado em São Paulo, se destacou como defensor do liberalismo, além de fundar em 1829 o jornal “O Observador Constitucional”, do qual foi o principal redator até ser assassinado com uma carga de bacamarte, numa emboscada perto da casa dele, em novembro de ano seguinte.

Reza a lenda que, nos derradeiros suspiros, pronunciou uma frase eternizada como símbolo em defesa da liberdade de imprensa: “Morre um liberal, mas continua a viver a liberdade”.

Em lembrança a Badaró, a ABI (Associação Brasileira de Imprensa), fundada em 7 de abril de 1908, instituiu, em 1931, o Dia do Jornalista, saudando o trabalho dos profissionais responsáveis por apurar fatos e levar a informação imparcial e ética a todos os cidadãos.

Seja naquela época, nos jornais impressos, como nas diversas formas de comunicação social que foram surgindo e se aperfeiçoando nestes mais de 100 anos — rádio, televisão ou internet —, o jornalista atua primando sempre pela imparcialidade e confiabilidade de suas fontes de informação.

Ou pelo menos, deveria.

E, neste ano da graça de 2022, já vivemos momentos preocupantes para a profissão do bem informar, tensionados pelo período eleitoral, com polarização, radicalização e o pântano da “terra de ninguém” no qual se transformou a internet e as “famigeradas” redes sociais e grupos de mensagens.

O aumento de 21,69% no número de profissionais e veículos de comunicação que sofreram algum tipo de ataque em 2021, já constatado pela Abert no Relatório sobre Violações à Liberdade de Expressão, assim como os mais de 5,5 mil processos judiciais contra publicações e jornalistas contabilizados pelo projeto Ctrl+X, da Abraji, nos dão amostra do quão difícil é e seguirá sendo a atuação dos comunicadores.

Só no ano passado, a Fenaj já havia denunciado 430 agressões a jornalistas e a veículos, com o presidente da República sendo o responsável por 147 casos (34,19% do total), entre tentativas de descredibilização da imprensa e agressões verbais a jornalistas.

Por todas estas condições de risco vivenciadas pelos profissionais da comunicação é que saudamos neste dia 7 de abril todos aqueles que ainda se esforçam, se dedicam na busca da notícia cotidiana no bairro, na cidade, no estado ou região, transmitindo-a à sociedade em geral, evitando a desinformação e o obscurantismo das comunidades sem imprensa livre.

Neste Dia do Jornalista, “menos ‘fake news’ e mais jornalismo”, como um dos lemas de nossa ARI (Associação Riograndense de Imprensa).

(*) Jornalista, vice-presidente da ARI (Associação Riograndense de Imprensa) e conselheiro e membro da Comissão de Defesa da Liberdade de Imprensa e dos Direitos Humanos da ABI (Associação Brasileira de Imprensa).

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