As eleições de 2022 estão logo ali; que vamos fazer (Parte 2)
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Neste artigo, oferecemos prosseguimento ao debate que iniciamos sobre as eleições de 2022 e as candidaturas das lideranças sindicais, cujo propósito é eleger numerosa bancada dos trabalhadores ao Congresso Nacional. Se você não leu o primeiro, aqui está o “dito cujo”.
Miguel Torres*
No primeiro artigo — publicado na semana passada nos portais do DIAP e da CNTM —, fizemos 3 perguntas que precisam ser refletidas, debatidas e respondidas.
Para ajudar no debate em torno dessas, respondo-as, segundo meu juízo e entendimento, com propósito de contribuir com a discussão e ação.
A primeira demonstração da racionalidade no processo das candidaturas é não dividir nossas forças. Nada de candidaturas soltas, sem força, desfocada, lançada ao léu, descompromissada, como se estivesse se colocando como não se tivesse nada melhor para fazer.
Comprometimento com projeto coletivo vai ser a tônica desse projeto.
Quem serão os líderes que assumirão esta tarefa para a qual, repito, já estamos muito atrasados?
As lideranças sindicais precisam urgentemente iniciar este debate.
Devem ser candidatos ou candidatas, as lideranças mais bem preparadas para essa jornada eleitoral; os/as que estiverem mais bem organizados/as, em todos os sentidos; e aqueles e aquelas que se sentirem, efetivamente, em condições estruturais em se lançar nessa jornada-tarefa.
Quais os critérios que deverão presidir ou nortear essas candidaturas?
Os critérios são antes de qualquer coisa, políticos. Critérios políticos, são objetivos, pois ninguém é candidato/a de si mesmo/a. Candidaturas eletivas, para terem êxito, precisam se coletivas. Isto é, precisam ser pensadas e debatidas por várias cabeças.
Estar em condições materiais e financeiras de se lançar na jornada eleitoral; estar em partido político competitivo; ter articulação político-partidária; articular apoios relevantes com lideranças sindicais, políticas e sociais; e buscar relevância nas redes sociais.
O que precisamos fazer, organizar, estruturar para superar nossas debilidades, a fim de ter êxito nesse projeto nacional do movimento sindical?
Eleição tem dia e hora para começar e terminar. Entre o marco inicial e o encerramento do processo, o que precisa ser feito para alcançar êxito?
A primeira pergunta a ser feita não é se “eu ganho?”. Mas sim, “se eu tenho condições de disputar?”. Esta é a condição sem a qual, não é possível se lançar. Comece fazendo-se esta pergunta básica.
Depois de feita esta pergunta, em caso de candidatura, é preciso reunir força — política, material e social. Política é disputa ou confronto de “matéria, contra matéria”, cuja tradução é: base material. Isto é, não se trata apenas e tão somente de desejo, mas de condições.
Organização e estrutura formam o binômio para se lançar; base material e financeira. Quem quiser e puder ser candidato/a para valer não pode prescindir deste binômio. Do contrário, não é pra valer!
Se for ser candidato/a é preciso desde já iniciar a estruturação e organização da campanha. Planejamento Estratégico Situacional ajuda a mapear os problemas, a fim de compreendê-los para enfrentá-los e resolvê-los.
Buscar apoio de lideranças; buscar recursos materiais e financeiros. Eleição não se disputa com a “cara e a coragem”. Esse tempo passou. Muitos já ganharam assim, nos tempos atuais não ganham mais.
Dica central: rompa com tudo que é amador. Campanha eleitoral é coisa para profissionais. Se você quiser ser candidato ou candidata e não for capaz ou não tiver condições de iniciar a estruturação de campanha contrate alguém que seja.
Eleger uma grande bancada dos trabalhadores é a nossa tarefa central para 2022. Já estamos atrasados. A Luta faz a Lei!
(*) Presidente da Força Sindical, da CNTM (Confederação Nacional dos Trabalhadores Metalúrgicos) e do Sindicato do Metalúrgicos de São Paulo e Mogi das Cruzes.
twitter.com/FsMigueltorres