Por um novo pacto nacional
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Cabe a nós, cidadãos, sindicalistas, estudantes, empresários, a nós que precisamos e queremos um país forte e pulsante, nos debruçar sobre os rumos que nosso país tem tomado e assumir uma atitude propositiva sobre o futuro.
João Carlos Gonçalves, Juruna*
Entre os anos de 2003, até meados de 2013 um pacto desenvolvimentista que, grosso modo, aliava trabalhadores e o setor produtivo, promoveu o crescimento da economia e do emprego no Brasil. Mas, como efeito da crise mundial, o esfriamento da economia e a mudança da matriz econômica para um perfil mais liberal, levaram ao rompimento da cooperação entre as classes. Vimos enfraquecer o mercado interno e aumentar desemprego e o empobrecimento da população.
Tentativas de reverter esta situação, como o acordo esboçado pelas centrais sindicais e líderes empresariais no documento “Compromisso pelo desenvolvimento”, em dezembro de 2015, não tiveram condições de prosperar em meio à crise política.
Mas seus ideais ainda estão no ar. Nosso atual desafio passa pela retomada da aliança entre trabalhadores e burguesia industrial.
Neste sentido, na última terça-feira (22), as centrais sindicais se reuniram com a Fiesp, Abimac, Fecomércio, entre outras entidades empresárias, para construir uma pauta comum pelo desenvolvimento econômico e pela geração de emprego.
Além de iniciativas como esta, precisamos também incentivar propostas que resgatem a ideia de Nação brasileira, já que a atual crise nos afeta espiritualmente.
Propostas como o Manifesto Pela União Nacional, lançado em julho de 2017 pelo ex-ministro Aldo Rebelo, que busca superar divisionismos políticos e sociais e a “enganosa dicotomia entre Estado e mercado” e propõe “a união de amplas forças políticas, econômicas e sociais” para a “afirmação nacional” e “superação da crise atual”, e como o Projeto Brasil Nação, lançado em abril de 2017 pelo economista Luiz Carlos Bresser-Pereira, que propõe repensar o país sob os pilares da democracia, liberdade, desenvolvimento e diminuição da desigualdade.
Cabe a nós, cidadãos, sindicalistas, estudantes, empresários, a nós que precisamos e queremos um país forte e pulsante, nos debruçar sobre os rumos que nosso país tem tomado e assumir uma atitude propositiva sobre o futuro.
(*) Secretário geral da Força Sindical e vice-presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo