Brasília foi palco nesta terça-feira, 3 de maio, do início do maior evento esportivo do mundo - as Olímpiadas e Paralimpíadas 2016. A Capital de todos os brasileiros e brasileiras recepcionou a Tocha Olímpica, símbolo máximo de cooperação, união e esportividade da humanidade, que veio da Grécia para o nosso País, sede do evento.

No Brasil, a chama vai passar, além de Brasília, por mais 327 cidades das cinco regiões brasileiras, contará com 12 mil condutores e vai percorrer mais de 30.000 quilômetros pelo ar, pela água, pelas estradas e pelas ruas brasileiras até chegar à cidade do Rio de Janeiro, quando no dia 5 de agosto o último condutor acenderá a Pira Olímpica na cerimônia de abertura dos Jogos Olímpicos Rio 2016, no Maracanã.

Em Brasília, centro e comando político, jurídico e executivo do país, a largada para o início dos Jogos Olímpicos 2016 parece não ter acontecido. Isso porque a cobertura jornalística ficou aquém desse momento único, simbólico e de importância máxima para o esporte em todo o mundo.

O foco dos grandes veículos de comunicação televisivos na chegada da Tocha Olímpico ao Brasil não foi a cobertura do evento, mas em grande medida a pauta negativa simbolizada pelo processo de impedimento da presidente Dilma Rousseff em discussão no Senado Federal.

Aliás, essa cobertura quase que exclusiva e ininterrupta do processo de impeachment tem sido a tônica da atividade jornalística dos últimos meses desde a apresentação da denúncia, passou pela abertura do processo na Comissão Especial, foi intensificada durante a votação no plenário da Câmara, e tem continuado com a discussão em curso no Senado Federal.

Exceção foi a cobertura realizada pelo Empresa Brasil de Comunicação (EBC), cujo canal televisivo transmitiu ao vivo o revezamento da Tocha Olímpica em Brasília. A emissora tem sido um diferencial na cobertura da passagem da Tocha pela Capital Federal ao noticiar em tempo real o mais importante evento esportivo do mundo.

Em que pese a importância do tema (impeachment) também em nível internacional, cabe ressaltar que a grande mídia brasileira ignora a realização das Olímpiadas mantendo-se pautada por uma onda negativa desde o ano passado.

Tentaram o mesmo deslocamento de foco na Copa do Mundo de Futebol realizada em 2014, porém sem sucesso, e o evento esportivo, não fosse o 7 X 1 contra a Alemanha, foi um sucesso de público, organização e confraternização entre os povos.

Ademais, é sempre bom destacar que uma Olimpíada e Paralimpíada floresce o espírito esportivo - que agrega, afaga, acolhe, une e cria laços de fraternidade entre os seres humanos -. Deixar-se contagiar por esse sentimento mágico propícia um bem enorme ao globo terrestre.

(*) Alysson de Sá Alves é jornalista e assessor do DIAP.

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