China, setembro de 2024, Feira Internacional da Indústria (Shanghai): robôs dominam a atenção dos visitantes na 25ª edição da tradicional mega feira do setor industrial do país, que concentra 1/3 da manufatura mundial, e respondeu, em 2023, por mais da metade (51%) dos novos robôs no mundo — 276 mil, de total de 541 mil.

Milton Pomar*

Imagem: Pixabay

Sim, com quase 800 milhões de pessoas integrando a PEA (População Economicamente Ativa), a China é a campeã em robotização no mundo, porque até 2050 terá quase 400 milhões de pessoas idosas e precisa se manter competitiva em todos os setores da economia.

Com desemprego recorde entre os jovens (19,6%), quase 4 vezes a sua média geral (5,2%) em 2023, a China terá que evoluir para 6 horas ou menos nas jornadas diárias e talvez 4 dias trabalhados na semana, para absorver essa massa de novos trabalhadores e trabalhadoras.

Brasil, novembro de 2024: em tempos de 6G, ao invés de avançarmos nas políticas públicas que viabilizem o futuro com cada vez menos necessidade de trabalho humano, parlamentares de direita ressuscitam o anacrônico 6×1 (6 dias de trabalho por 1 de descanso), em grotesca tentativa de fazer a roda da história girar de volta para o século 19.

(*) Mestre em “Estado, Governo e Políticas Públicas”, geógrafo, professor. Publicado originalmente no portal Sul21

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