Na tarde desta quarta-feira (27), o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (MG) desembarcou formalmente do DEM e embarcou no PSD (Partido Social Democrático). O ato político de filiação no partido do ex-prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab, foi em Brasília.

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Pretendo manter minha postura de pacificação, de moderação, mantendo diálogo absoluto com todos os personagens da política, inclusive com o Palácio do Planalto | Foto: Luiz Felipe Barbiéri/G1

Em tom conciliador, mirando as eleições presidenciais de 2022, ele reiterou postura em defesa “da pacificação, da moderação e do diálogo com todos os personagens da política” durante entrevista após a filiação ao partido.

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Ele fez a afirmação ao defender o Senado das críticas do presidente Jair Bolsonaro — que afirmou ter dificuldades para aprovar na Casa a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) 23/21, também conhecida como PEC dos Precatórios.

Essa PEC prevê o parcelamento do pagamento de parte dos precatórios, que são dívidas do governo resultantes de decisões judiciais. A proposta ainda não chegou ao Senado, pois antes precisa ser votada e aprovada na Câmara dos Deputados, o que não havia acontecido até a tarde desta quarta-feira.

Transpondo atritos
Pacheco afirmou que tem “excelente diálogo” e “profundo respeito” pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). E ressaltou que cada Casa legislativa tem seu próprio tempo de reflexão sobre as propostas em tramitação.

“Com todo o respeito, a Câmara dos Deputados também tem o seu tempo de aprovação. Há projetos que já aprovamos no Senado, que agora estão na Câmara, e não há da minha parte nenhuma cobrança, porque a Câmara tem o seu tempo. Nós temos que respeitar esse tempo do processo legislativo, que às vezes é um tempo que milita em favor da sociedade. É o tempo da reflexão, da ponderação, das melhorias, dos acréscimos, das supressões e das modificações”, disse.

O presidente do Senado acrescentou que as críticas não vão alterar a busca pelo consenso:

“Sempre respeitei críticas. Obviamente, críticas que possam ser explicadas, ou que sejam injustas, serão por mim esclarecidas ou até rebatidas. Mas eu pretendo manter a minha postura de pacificação, de moderação, mantendo diálogo absoluto com todos os personagens da política, inclusive com o Palácio do Planalto.

Além disso, Pacheco condenou as tentativas de antecipar o debate eleitoral que possam atrapalhar a discussão dos problemas mais urgentes para o País.

“Vamos ter essa sabedoria de separar as coisas. A questão político-partidária de 2022 não pode interferir nas boas relações que temos de manter neste momento. O que as pessoas esperam de nós são soluções, e não há solução no Brasil que não seja a partir de uma convergência do Poder Executivo e do Poder Legislativo, que fazem as leis, executam as leis e promovem as políticas públicas.”

Figurino perfeito
O presidente do Senado, salvo melhor juízo, talvez seja o “Emmanuel Macron” que a direita brasileira estava procurando. Jovem, sem máculas pretéritas, pelo menos que se saiba, de estado grande e rico, o segundo maior colégio eleitoral do Brasil, Minas Gerais, empresta o senador rondoniense, mas radicado em Minas, para disputar a Presidência da República em 2022.

Embora tenha evitado o discurso eleitoral, o novo partido de Pacheco, e o próprio senador sabem qual propósito dessa migração partidária. De perfil conciliador, defensor da agenda do mercado (neoliberal), as reformas de cunho liberal-fiscal, o presidente pode ser o elo que faltava para unificar a direita. (Com informações da Agência Senado)

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