Há muitas e variadas razões para o êxito eleitoral do/a candidato/a. No centro desse debate estão os/as eleitores/as que precisam ter discernimento para fazer boas escolhas, pois na democracia representativa, embora o povo seja o detentor do mandato, delega ao eleito que o represente, tornando-se assim corresponsável por atos e votos do representante.

Antônio Augusto de Queiroz*

Muitas são as razões pelas quais as pessoas aspiram ingressar na vida pública, mas poucas são efetivamente meritórias e republicanas. As motivações podem ser classificadas em positivas e legítimas e não-constitutivas.

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Entre as motivações louváveis, podemos destacar a defesa do interesse público, a promoção das pautas das minorias (que envolvem gênero, raça, mulheres, índios, etc.), a defesa de causas específicas (meio ambiente, consumidor, usuário de serviço público, etc.) ou mesmo a promoção de valores, desde que não deponham contra a vida.

Entre as motivações questionáveis e até condenáveis, podemos destacar a busca de mandato apenas por vaidade, por ressentimento, por ser celebridade ou endinheirado ou para ganhar foro privilegiado.

Entretanto, seja qual for a motivação, para que tenha chances reais de eleição, além de boa estratégia de marketing e de boa estrutura de campanha, o candidato precisa contar com pelo menos 4 das condições a seguir:

1) ter serviços prestados à comunidade na qual pretende disputar;

2) liderar segmentos organizados (sindicato, igreja, grupo empresarial etc.);

3) dispor de recursos para cobrir parte dos gastos de campanha;

4) possuir base geográfica definida ou base eleitoral;

5) dispor de máquina partidária, governamental, sindical, empresarial etc.;

6) possuir notória especialização, ser celebridade ou personalidade do mundo acadêmico, das comunicações, empresarial, esportivo, cultural, artístico ou religioso, etc.;

7) ter aliados (cabos eleitorais) com forte prestígio na circunscrição do pleito;

8) contar com o engajamento do partido ou apoio dos candidatos majoritários, no caso de eleição proporcional;

9) produzir bons programas de rádio e de televisão e utilizar bem as redes sociais;

10) ter seguidores e uma boa inserção nas redes e mídias sociais; e

11) ter boa reputação, principalmente nos aspectos ético e moral.

Além disso, o candidato, para ser bem sucedido, deve ter domínio sobre os temas de sua plataforma de campanha ou programa de governo e conhecer minimamente a Constituição Federal e a estadual e a lei orgânica do munícipio, bem como ter noção do que são, o que fazem e como funcionam as instituições públicas.

A responsabilidade pela escolha, entretanto, cabe ao eleitor, que deve estar bem informado e em condições de julgar as motivações e habilidades do candidato, além de exigir compromisso com o programa apresentado durante a campanha, com ética e com prestação de contas.

Este texto é parte integrante da Cartilha, de nossa autoria, com o título: “Eleições Gerais 2018: orientação a candidatos e eleitores”.

(*) Jornalista, consultor, analista político e diretor de Documentação do Diap

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