A inclusão social como eixo da campanha de 2018
- Detalhes
- Categoria: Agência DIAP
Para melhor explicitar, a esquerda precisa ser clara no sentido de: 1) renovação ética, em razão dos escândalos revelados pela Lava Jato; 2) estabilidade fiscal, por força do desequilíbrio das contas públicas; e 3) inclusão social e retomada do crescimento, em função da exclusão decorrente do desemprego e do congelamento do gasto público.
Antônio Augusto de Queiroz*
Nas sete últimas eleições presidenciais três temas sempre estiveram presentes nas campanhas: 1) estabilidade macroeconômica, 2) inclusão social e 3) combate à corrupção.
Em todas essas eleições ganhou o candidato — comprometido com esses eixos — que conseguiu transmitir esperança e confiança ao eleitor. Esperança de que a vida das pessoas mudaria para melhor, com emprego e renda e oportunidade de ascensão social. E confiança de que o candidato e sua equipe seriam capazes de transformar o programa em realidade.
Leia também:
Em 2018, vencerá aquele que representar ‘inclusão’
ANO DA ELEIÇÃO | EIXOS DE CAMPANHA |
1989 | Renovação ética (combate à corrupção) e inclusão social |
1994 | Estabilidade econômica (Plano Real) |
1998 | Continuidade da estabilidade |
2002 | Combate à miséria e inclusão social |
2006 | Prosperidade econômica e ascensão social |
2010 | Consolidação das conquistas sociais |
2014 | Sustentabilidade econômica e social |
Fonte: DIAP
Os que, após FHC, insistiram em privilegiar a estabilidade macroeconômica sobre a inclusão social, mesmo com o discurso de combate à corrupção, não conseguiram lograr êxito, exatamente porque a função do Estado, para a maioria da população, é combater desigualdades e criar condições para que as pessoas ascendam socialmente.
Nesta eleição de 2018, entretanto, as forças de mercado acham que podem ganhar o pleito apenas com uma narrativa liberal e fiscal, acompanhada de um discurso conservador em relação aos valores. Ledo engano, especialmente se as forças de esquerda, democráticas, progressistas e populares souberem explorar os eixos corretos e denunciar o desmonte em curso.
O discurso de “realismo fiscal”, sem qualquer calibragem sobre quem será sacrificado, a precarização do trabalho, a desregulamentação do bem-estar social e o desmonte do aparelho de Estado na prestação dos serviços públicos, patrocinado pelo atual governo e pelas candidaturas de “centro”, não sensibilizam nem convencem o eleitor médio, que será o principal prejudicado.
A esquerda, ao contrário, deve se unir em torno de um programa que sinalize para o restabelecimento dos direitos, da defesa do Estado como prestador de serviços e fornecedor de bens e renda para os mais necessitados, além de r